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quinta-feira, 31 de março de 2011

Leituras da Modernidade: “O Príncipe”, Niccolò Machiavelli e “A Utopia”, Thomas Morus


 As mudanças históricas e as críticas aos governos são os assuntos que geram maior importância no Modernismo, de acordo com Nicollò Machiavelli e Thomas Morus, nos livros “O Príncipe” e “A Utopia”, respectivamente.
  No livro “O Príncipe”, Nicollò faz referência aos direitos da sociedade, e a influência que seu príncipe exerce sobre esses direitos, o quão é importante o seu desempenho para que possa manter-se no poder por mais tempo. Os homens, porém, ele delata que possuem grande influência para manter os príncipes nos seus postos, pois, se o príncipe, por exemplo, excedesse o preço dos impostos, a sociedade, como ele escreveu em um caso, elege um representante que se destaca pela personalidade e toma o seu lugar como príncipe; Os homens do conselho dos principados também decidiam a permanência dos príncipes de acordo com sua influência para com esses “ministros”, pois se o príncipe não os favorecesse de nada adiantaria mantê-lo em seu cargo.
  Esses homens aspiram do governante ali atuante todas suas necessidades básicas, como por exemplo, dado na obra, a segurança exercida pelos exércitos, onde o príncipe deve dar a eles suas devidas honras para que não perca sua lealdade, e por isso o príncipe deve sempre manter as relações harmoniosas com todos, como se pode dizer, ser maquiavélico, “ser um lobo na pele de um cordeiro”, isso quer dizer que o príncipe deve saber manter relações para com todos, seus “ministros” e, as pessoas que por ele são governadas, más, manter nas mesmas o medo, a não confiança por completo, assim sabendo manter relações, porém, sendo temido por todos. Um dos cuidados em que o príncipe devia tomar era em questão dos estrangeiros pois, eles quando chegavam nas províncias e recebiam atenção das pessoas que ali residiam.
  Niccolò faz referência á todas as atitudes que o príncipe deve tomar em todas as situações, como manter relações amigáveis com outros principados nos momentos de paz, como não cobrar impostos excedentes para luxo do príncipe, sempre cobrar o necessário e nunca se mostrar ao luxo, pois causaria a indignação dos cidadãos que residem em uma condição menos favorável que o príncipe.
  Porém já se percebe que o objetivo de Morus era desenhar, na imaginação de quem o lê, a ilha de Utopia, onde na verdade, são escritas críticas á sociedade do contemporâneo, sociedade feudal. Suas críticas eram baseadas desde a planta da cidade, até a organização da sociedade. Ele era a favor da liberdade religiosa, e talvez pelo motivo que, nessa época, o rei Luis VIII, rei da Inglaterra desejava a sua separação da ex-rainha de Gales, Catarina de Aragão, onde que, pela igreja era proibido o casamento pela segunda vez, e resumindo drasticamente essa história, foi criada a igreja Anglicana onde, o chefe da igreja era o próprio Luis VIII.
  Thomas critica o trabalho, a forma como ele é exercido, e de como há nobres que são sustentados pela corte e não exercem nenhuma função. Ele delata que, em Utopia, o trabalho não é assalariado, há separação no trabalho, e não há grande diferença na valorização do trabalho, pois todos exercem funções que são declaradas como importantes para a sociedade, há apenas a valorização para aqueles que atuam como médicos, que ele delata no livro, que todos na sociedade hão de concordar que é de extrema importância.
É deixada clara no livro que a intenção de Thomas, é sim a crítica á sociedade inglesa, pois, ele relata com tanta precisão todas as divisões da sociedade, todos os valores que a humanidade utópica valoriza, e que essas críticas são postas em pontos que ele vê defeito na Inglaterra.
  Em Utopia, o ouro, a prata, são características do vestuário de crianças e de escravos, repudiam a luxúria, se vestem todos iguais e não á disputa entre as famílias, muito menos pelo seu nome, todas executam suas refeições em conjunto, o respeito é sempre dado aos mais velhos, e, não há, em Utopia, a questão do excesso, em qualquer área dita, excesso de trabalho, excesso de lazer, de ociosidade, e de luxo.
  Para declarar essa crítica explicita, Morus ainda faz críticas claras á sociedade em que vive, como por exemplo: “Quem pode duvidar, com efeito, que um indivíduo que não tem outro freio senão o código penal, outra esperança que a matéria e o nada, não encontre prazer em iludir, astuciosa e secretamente, as leis de seu país, ou violá-las pela força, desde que satisfaça a sua paixão e o seu egoísmo?”, declarara visivelmente seu repúdio ás leis extensas e incompreensíveis que ele mesmo diz no livro que é impossível de um cidadão sabê-las, e que em Utopia, as leis são poucas e claras, e não é necessário pessoas que sejam estudantes da lei para poder condicionar as pessoas a ver modos de poder contorná-las.
  Nesta mesma frase ele faz a crítica á questão dos valores que são empregados pela sociedade que, não se deve ser valorizado, que é o valor do orgulho e do egoísmo, coisa que acredito que em Utopia não deve existir pois, se a sociedade está na mesma “classe social” e reside nas mesmas situações que a sociedade, não teria sentido haver disputa entre os habitantes.
  Morus e Machiavelli parecem ter o mesmo intuito de advertir a sociedade, e não seus governantes, de que rumo que toma a mesma em uma visão ampla e critica dos fatos. Morus inclusive apresenta incidências “socialistas”, reconheço a infelicidade do termo, pois não haveria nessa época essa divisão econômica, porém o intuito é exemplificar o escrito, onde ele diz que: “Eis que o invencivelmente me persuade que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade. Enquanto o direito de propriedade for o fundamento do edifício social, a classe mais numerosa e estimável não terá por quinhão senão miséria, tormentos e desesperos”.  Tenho por entendimento que, Niccolò Machiavelli e Thomas Morus, pretendiam mostrar a sociedade qual seria o seu avanço, porém, publicações não chegariam a massa da sociedade que acredito eu que seria o foco desses dois escritores.

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